domingo, 26 de fevereiro de 2012

Erwtensoep - Sopa de ervilhas à Holandesa

Ontem dei mais um passo no conhecimento das tradições holandeses, desta feita no terreno da culinária (se bem que não tem muito que andar, mas ainda assim guarda algumas agradáveis surpresas!).

Deparei-me com este pacote 'pronto a preparar' no meu supermercado do costume, e como já tinha provado o resultado final, resolvi arriscar.


Bom, as instruções vinham em holandês (nada que neste momento me atrapalhe, é para situações como essas que fizeram o Google tradutor!), no entanto uma rápida pesquisa pela internet (e esta é outra das funcionalidades da família de produtos Google) fez-me chegar a uma receita em português do Brasil (ou português do novo acordo ortográfico?), e vamos lá de pôr tudo na panela:

Ok, a imagem é enganadora, antes de chegar a esta fase muito se passou... As ervilhas foram coocadas em água cerca de 8h (muito processo de Osmose ali se deu... era vê-las inchar até quadriplicarem o tamanho inicial). De seguida, foram para dentro da água já fervente, onde durante 20 minutos cozi a salsicha holandesa que iria adicionar ao petisco ja na sua fase final:


Depois de as ervilhas cozinharem em lume baixo por cerca de 1h, os restantes legumes qe estavam no pacote de matéria-prima inicial, forma descascados, lavados e cortados e levados a cozer por cerca de 20 minutos juntamente com as ervilhas. Aqui introduzi uma pequena aldrabice e ao invés de remover os legumes e os desfazer com uma colher, usei a varinha numa velocidade muuuito reduzida, por forma a desfazê-los grosseiramente. Rectifiquei temperos e juntei as salsichas e uma salsinha picada:

Ficou muito, muito bom! Se não gostarem de ervilhas, não tentem fazer isto em casa, caso contrário, é uma boa refeição! A consistência (vi eu nessa plataforma de transferência de conhecimento que é a Wikipedia) deve ser tal que a colher uma vez mergulhada na sopa, deverá permanecer em pé.. Julgo que neste particular fiz um bom trabalho!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Cai neve em Maastricht...

... há sol no meu país!
Faz me falta Coimbra,
P'ra me fazer feliz!

Ontem acordei e tinha esta vista:

(na verdade a foto já é de hoje, a vizinha deve ter ligado o aquecimento na sua máxima potência e derreteu com toda a brancura que se depositou no telhado). Nem queria acreditar!!! A pergunta 'nunca viste neve?' seguiu-se várias vezes ao longo do dia. Já vi neve, sim, mas tive que subir até à Serra da Estrela, a sensação de abrir a janela do quarto, esticar a mão e apanhar um tufo fofinho daquele algodão gelado empoleirado no parapeito da janela, essa é uma novidade para mim!

Arranjei-me o mais rápido que consegui para poder ainda apanhar o autocarro. Chegada à rua avaliei o piso e reconsiderei... 'Vou de bicla! Vamos juntar esta experiência ao currículo.' Voltei acima a buscar as chaves do veículo e um frasco de água quente, para descongelar dois assentos antes do meu... C'a burra! Os vizinhos agradeceram, por certo, mas no meio disto é complicado reconhecer o veículo respectivo:


A viagem debaixo dos finos flocos foi engraçada, e na falta de gente na rua, dei por mim várias vezes de boca aberta a sorver os flocos de neve que se derretiam mal tocavam na língua!
Ao final do dia deixei-a na garagem da clínica, e é onde está até agora. Ao abrigo do frio e da neve! E a verdade é que tenho algum receio de andar com ela, está tudo demasiado escorregadio. É ver a malta a andar de braços abertos, qual equilibrista em arame esticado a escassos metros de altura no Circo Chen. Eu também assim me comporto, e já desafiei a gravidade algumas vezes, diga-se em abono da verdade.

Uma última foto, da sala onde trabalho, com as letrinhas da Maastro, todas elas engalanadas de neve fofinha, branquinha e maravilhosamente linda!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Boas Festas!

Tal como prometido, o post natalício!

O Natal já lá vai, mas espero que o espírito de solidariedade e partilha que nos invade nesta época do ano, se prolongue por mais uns longos meses...
Tenho um imenso fascínio pelo Natal, pela magia da época e sobretudo pelas decorações de Natal! Este ano, aqui por Portugal as luzes estavam meio apagadas... Ficou um pouco de vazio nessa parte. Em Maastricht a cidade está toda iluminada, espero ainda ir a tempo de tirar umas fotos, que me deu a malandrice quando lá estava!

E a todos desejo Boas Entradas e um Óptimo 2012!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O regresso ao lar...

... 6 meses depois!

Ok, fui algumas vezes a Portugal, mas foram fugidas rápidas, fins-de-semana de 3 dias (houve deles de 5, vá). Mas agora vou por mais de 2 semanas! E custa tanto pensar que tenho que voltar... Gosto de estar aqui, gosto da cidade, das pessoas, do que faço... mas gosto mais daí! No dia 1 de Abril, quando soube que viria para cá, depois daqueles primeiros dias em que pensava centenas de vezes 'o que vai ser de mm?', 'no que é que me fui meter?', 'será que aguento a distância', resolvi relaxar, não pensar mais nisso e aproveitar intensamente os 64 dias que me restavam no aconchego do Lar. Aproveitar ao máximo, sem pensar muito, para não desperdiçar nem um bocadinho de tempo sem qualidade. E funcionou!
De todas as vezes que estive em casa, o regresso, ainda que depois de uma curta estadia, custou sempre imenso... Dei por mim, qual criança agarrada às saias da mãe, a espernear interiormente... não quero ir...
Não é inteiramente verdade que não queira voltar, o que é verdade é que ainda não sei fazer o balanço emocional no meio disto tudo. Não gosto de estar sozinha... o silêncio é chato!

A parte boa? Vou estar cheia de companhia estes próximos dias!

Um destes dias escrevo um post natalício, hoje foi a lavagem da alma. A libertação dos pensamentos negativos, para poder ir até casa e usufruir intensamente!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sinterklaas

Já lá vai um tempo... Agora já começa a haver menos que partilhar, parece-me. A rotina começa a instalar-se e todos os dias parecem semelhantes. Mas hoje é um dia importante aqui para estes lados. É dia do Sinterklaas!
Podia ir à net (onde, portanto, estou neste momento) e fazer uma descrição pormenorizada de quem é o Sinterklaas, como é, de onde vem e para onde vai, mas vou antes fazer a descrição com base naquilo que a comunicação diária com gente destas bandas me permite partilhar.
O Sinterklaas (o nome é estranhamente parecido com Santa Claus) é um velhote bonacheirão, de aparência simpática e longas e alvas barbas, que todos os anos chega à Holanda, no seu barco, vindo de Espanha! Traz consigo o propósito de levar a cada criança o satisfazer dos seus sonhos, com a ajuda de dois jovens de cabelo negro e cerrado de caracóis, que de tanto descerem e subirem chaminés, estão mais escuros de o carvão! Hoje é então o dia do Sinterklaas levar a cada criança um presente, que pode simplesmente ser a inicial do seu nome escrito em chocolate (nham nham!). Eu já não sou criança, mas também recebi um presentinho do simpático senhor, e deliciei-me com o 'M' (de Maastro, a clínica onde estou a trabalhar/estudar) de chocolate que ele me deu!
E é o Natal por estas bandas! Normalmente os adultos não trocam presentes, estas estão reservadas apenas para as crianças (e é por coisas como estas que esta malta não sente a crise...), e também não celebram o Natal a 25 de Dezembro (mas têm o feriado!!!). Agora, o que eles têm é um cidade Natal no centro da cidade como eu nunca vi! Fui lá este fim-de-semana com o meu Nuninho, e parecia eu própria uma criança fascinada com tanta luz e cor e sons de Natal! Fiquei fã!

Completamente fora de tópico, que grupo é aquele onde Portugal se posicionou para o Euro 2012? Estatisticamente falando não está favorável, mas eu quero acreditar!!! Eu e os meus amigos holandeses que me convidaram (primeira coisa na manhã) para assistir ao jogo Portugal-Holanda no dia 17 de Junho: 'Obrigada, mas vou ter que recusar, não me apetece ir para a Vrightof apinhada de holandeses celebrar o absoluto nada... ou não!'

domingo, 25 de setembro de 2011

Um fim de semana muito animado!

Este fim de semana foi uma autêntica correria! Fui de uma ponta à outra do país, 'tropecei' várias vezes em mostras culturais portuguesas, e ainda deu tempo para ir a um mini Oktoberfest, numa pequena vila aqui perto (e bastante perto da Alemanha) - Valkenburg.

Na sexta ao fim do dia segui para Norte, para ver o grande clássico do futebol português e sofrer em família durante os 90 minutos! Chegada a Roterdão, o sítio onde esperávamos ver o jogo (com o muito apelativo nome 'Café Lisboa') encontrava-se encerrado. Demos azo à manifestação pública do desapontamento por isso criado e logo ali encontrámos uns conterrâneos que nos indicaram outro lugar onde tentar a sorte. Pub irlandês! Serviu as nossas necessidades na perfeição e foi óptimo poder lançar os braços ao ar e gritar 'Golo', quando a ocasião era para tal, e sentir que estávamos rodeados de iguais!

Sábado é dia de regresso a Maastricht. Há um Festival de Tunas! E estará presente uma tuna portuguesa! (pormenor, quando me convidaram para ir ao 'tuna festival' dei por mim a pensar, 'que tipo de festival se pode fazer à volta do atum'... idiomas não nativos são uma coisa lixada!). Tive que lhes explicar o que era uma tuna, convencidos que estavam, seguimos para um pequeno auditório no centro da cidade, mesmo a tempo de ver a bandeira das quinas a ondular no palco!


Fiquei toda orgulhosa de os meus amigos dizerem que foi a melhor actuação da noite! E de facto foi! Patriotismos à parte, foram maravilhosos!
No fim fui cumprimentá-los e a recção deles não podiam ter deixado a minha amiga canadiana mais bem impressionada: 'Ficaram tão contentes por a ver, parecia uma irmã que não viam a imenso tempo! Contudo nem se conheciam!', e logo veio o reparo 'As pessoas do Sul são mais afáveis e demonstram sem reservas as suas emoções' - sim, tratam-me por rapariga do Sul! lol

Hoje fui até Valkenburg, que é uma pequena vila adorável a cerca de 10km daqui. Havia lá um mini Oktoberfest. As canecas circulavam por toda a parte e os brindes eram vigorosos, de forma a elevar grossos salpicos por vários centímetros no ar. Mas o que me impressionou mais foi a diversidade de idades que ali estava! Idosos e jovens, a cantar a plenos pulmões, com os braços esticados a elevar bem alto o caneco para no fim se regozijarem num forte aplauso! Para o ano talvez me aventure por Munique... para já valeu a introdução!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Defesa de Doutoramento

Assisti hoje à primeira defesa de Doutoramento na Universidade de Maastricht, o que deu para ter uma muito boa e positiva ideia do que me espera dentro de, pelo menos, 4 anos. A 'Sala dos Capelos' cá do sítio fica neste edifício, tão bem escondidinho, numa discreta ruela, no centro histórico da cidade:

A forma como decorre a defesa difere em alguns aspectos do que conhecia até então. Para começar, a Tese não é mais do que a compilação de todos os artigos possíveis de publicar durante os, pelo menos, 4 anos. São precedidos de uma pequena introdução, cada um contempla um capítulo, e a fechar, claro está, temos a conclusão.
À hora marcada entram na sala o candidato, o júri, dois amigos, que durante o tempo todo estão ao lado do candidato, como que a apoiá-lo (carinhosamente nomeámos o rapaz de 'bestman') e esta pessoa encarregue por uma espécie de pancadinhas de Moliére, como que a iniciar a sessão:


Na primeira fila sentam-se os familiares, e é para eles os primeiros 15 minutos, com uma apresentação 'para tótós' (apresentação muito básica do que foi o trabalho elaborado, para que possam +/- acompanhar a discussão). Para mim esta apresentação não valeu de muito, na medida em que foi em holandês, bem como todo a discussão... Valeu-me a tese que tinha na minha posse e fui lendo, bem como o senhor que apresentei acima, que passados 60 minutos exactos, volta à sala e desta vez as pancadinhas ditam o fim da discussão! Ficam perguntas por responder, fica a questão a meio, mas o tempo é preciso e não podem gastar nem mais um segundo! Sai o júri para deliberar e quando volta cumprimenta o já Doutor, no nome da sua pessoa.
Terminadas as cerimónias, seguimos para uma pequena recepção oferecida pela Universidade. Circulam tabuleiros com bebidas e salgadinhos e a malta confraterniza, estabelece novos contactos, dá uma cara aos emails que anda a trocar com aquele colega de Amesterdão, da Philips, ...
Neste momento estou em casa, vim só trocar de roupa, porque agora segue-se a festa oferecida pelo homenageado, ali para os lado do Museu da cidade. Aparentemente agora há também uma pequena surpresa preparada. É tradição fazer um vídeo com os melhores momentos do Doutor, e não posso de forma alguma perder tal coisa!